Você conhece a Síndrome da Classe Econômica? Sim, viajar de classes premium pode ser, além de mais confortável, uma questão de saúde. É que a posição dessa classe aumenta a possibilidade da Trombose Venosa Profunda, que em alguns casos pode levar até a Embolia Pulmonar e morte.
A TVP é a formação de coágulos dentro de qualquer vaso do corpo, embora seja mais comum nas veias musculares da panturrilha. Na maior parte dos casos causa apenas problemas locais, com o bloqueio da circulação sanguínea levando a inchaço e dor na perna. Mas se o coágulo migrar através da corrente sanguínea para o pulmão, poderá bloquear a circulação pulmonar. A embolia pulmonar como denominada pode levar até a morte.
Dor e sensação de peso na perna que não melhora, vermelhidão na pele e inchaço são os principais sintomas, mas o cirurgião vascular Dr. Leonardo Stambowsky alerta que muitas vezes o quadro é assintomático. Está aí o maior risco já que há a possibilidade da pessoa apenas sentir a falta de ar e outras complicações respiratórias já em um quadro de embolia pulmonar. O especialista alerta ainda para o fato da trombose poder se manifestar semanas após a viagem: “A pessoa deve ficar atenta aos sintomas não somente durante o voo ou imediatamente depois, mas também até duas semanas após a viagem”.
O principal fator de risco está associado a duração do voo. Estudos comprovam que viagem de duração superior a 5 horas aumentam em 2,8 vezes a chance da trombose quando comparado a voos curtos. Mas a Trombose Venosa Profunda em voos está relacionada também a uma menor quantidade de oxigênio disponível e a desidratação. “O consumo maior de álcool, chá e café, junto com a pouca ingestão de água podem aumentar o risco”, explica Stambowsky.
A chamada Síndrome da Classe Econômica tem esse nome porque o espaço entre as poltronas é menor, o que dificulta a mobilidade das pernas durante o voo, mas não significa que não pode acontecer nas classes premium
Por isso, todo viajante deve estar atento a se hidratar bem, diminuir o consumo de álcool a bordo, mexer sempre as pernas durante o voo e procurar levantar a cada duas horas. “Muita gente não sabe, mas por limitar ainda mais na mobilidade, sentar na janela na classe econômica aumenta em 2 vezes a chance de trombose”, comenta o cirurgião.
O uso de meias elásticas de baixa compressão abaixo do joelho também auxilia para evitar a trombose durante o voo. Mas é preciso estar atento também a fatores de risco externos a viagem que aumentam o risco, como obesidade, idade avançada, cirurgia recente e câncer. Até mesmo o uso de certos tipos de anticoncepcionais aumentam em 40% a chance de ter a TVP.
Caso o paciente sinta algum tipo de sintoma, em especial com o inchaço e a dor não diminuindo após o voo e sendo em apenas uma perna, o indicado é procurar um especialista para fazer o Ecodoppler, único exame capaz de detectar a trombose.
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