Nem tudo é sobre heróis olímpicos. Esta edição da Olimpíada se viu envolta em um assunto delicado: a participação de acusados de estupro nos Jogos Olímpicos. O primeiro caso surgiu ainda antes da Cerimônia de Abertura, com pedidos de expulsão de um atleta holandês do vôlei de praia, e agora ganha mais um caso com um técnico do triatlo.
Steven Van De Velde foi alvo de críticas antes mesmo de sua estreia na arena do vôlei de praia, local onde foi vaiado pela torcida. Ele se declarou culpado pelo estupro de uma menina de 12 anos, quando tinha 19 anos. O jogador teria viajado até o Reino Unido onde cometeu o abuso sexual. Após um ano de prisão na Inglaterra, foi transferido para a Holanda onde teve pena mais branda e foi libertado.
A participação do atleta gerou pedidos de investigação ao Comitê Olímpico Internacional. Entre as entidades que entraram com pedido está a Athletes Network for Safer Sports (Rede de Atletas para Segurança no Esporte), coordenado pela nadadora brasileira Joanna Maranhão. A entidade máxima afirmou que o atleta está apto a participar da Olimpíada de Paris por já ter cumprido pena, mas em entrevista ao GE, Joanna criticou a decisão:
O COI não pode falar de valores Olímpicos e tolerância zero ao permitir a participação dele. Todo processo tem sido visto e respaldado tão apenas pelo aspecto legal. A questão moral e o quanto a participação dele é nociva para a vítima que ele estuprou e as demais vítimas de violência no esporte não estão sendo consideradas.
O segundo caso explodiu com um registro na redes sociais após a medalha da suíça Julie Derron no triatlô. É possível ver na foto a presença de do australiano Brett Sutton, que treina a atelta. Acontece que ele se declarou culpado de cinco acusações de abuso sexual de uma nadadora australiana de 13 anos. Condenado a dois anos de prisão se mudou para a Suíça na sequência.
O que também chamou a atenção é que Brett está proibido de treinar várias federações pela União Internacional de Triatlo e a Triatlo Austrália. Talvez isso explique o fato dele estar credenciado pela China. A World Triathlon afirmou que os treinadores são credenciados pelos Comitês Olímpicos Nacionais, e aprovados pelo Comitê Olímpico Internacional.
Mark Adams, porta-voz do COI, afirmou que como treinador já não está mais em Paris “é uma questão para o Comitê Olímpico Chinês e a federação nacional resolverem”. Já o Comitê Olímpico Chinês não se pronunciou sobre o caso.
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