Hoje (17/05) é o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia. A data faz parte do calendário oficial brasileiro desde 2010 e se refere ao dia em que OMS excluiu a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), em 1990. Mas, ainda em 2023 é importante falarmos sobre o assunto, afinal o Brasil segue na liderança dos países com mortes por LGBTfobia.
Apesar da queda em relação ao ano anterior, o número de mortes por LGBTfobia no Brasil ainda continua assustador. Segundo o Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil no ano passado ocorreram 273 mortes LGBT de forma violenta no país, sendo o grupo de travestis e mulheres trans o mais atingido, com 159 vítimas.
Isso significa que em 2022, a cada 36 horas uma pessoa LGBTQIA+ foi morta por crime de ódio no Brasil. Segundo o levantamento, os assassinatos representaram 83,52% dos registros, enquanto suicídios representaram 10,99%. As entidades de defesa de direitos LGBTQIA+ alertam porém que os números são subnotificados, devido a ausência de dados governamentais oficiais. O Dossiê se baseia em pesquisa de informações disponíveis na mídia.
Desde que o levantamento começou a ser realizado (2000) o pior ano foi em 2017, com 445 registros. Ano passado os dados mostraram um aumento grande em relação a 2020 (316 contra 329 mortes por LGBTfobia). Em 2022 os crimes com arma de fogo continuam sendo a maioria (27,11%), seguido por esfaqueamento (17,58%) e espancamento (5,49%).
Apesar do Nordeste ter o maior número de mortes por LGBTfobia do país em números absolutos no ano passado (118 casos), sendo o Ceará o estado com maior incidência (34 mortes), a região Centro-Oeste lidera a estatística de número de mortes por milhão de habitantes (2,24).
Desde os últimos anos os suicídios passaram a ser computados. Os responsáveis explicam que a morte está ligada diretamente a LGBTfobia. Novamente pessoas trans lideram esse triste ranking: 60% dos casos, sendo 36,67% mulheres e 23,33% homens trans.
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