O mundo tem uma pluralidade enorme de culturas, costumes e opiniões. Mas, isso tem sua beleza e também seu lado desafiador. Já estive em destinos de extremos opostos quando o assunto é diversidade e inclusão e isso exige do viajante certa resiliência sobre a nossa realidade e a de outros povos.
Quando cito os destinos inclusivos quero dizer que há respeito sobre as minorias, a sociedade é receptiva, podem ser opções destinos de uma viagem em casal e, na maioria deles, é possível encontrar atrativos, bairros e eventos famosos destinados ao público LGBTQIAPN+. Já os destinos que não são receptivos para a comunidade eu destaco lugares em que, em geral, a sociedade e o regime político é bastante restritivo sobre a diversidade e isso pode tornar o lugar desconfortante e até perigoso. Afinal, você terá que ocultar quem você realmente é e isso não só é desconfortável, como também limita as nossas experiências de certa forma.
Destinos mais inclusivos
Holanda
Não é surpresa que Amsterdam é um destino bem inclusivo e isso engloba a diversidade de sexualidade e gênero. Eles são bastante abertos para a pluralidade das pessoas e seus diferentes estilos de vida. Inclusive, eles foram os primeiros do mundo a permitir o casamento homoafetivo e isso já faz mais de 20 anos. Então, é um destino que já abraça a causa há certo tempo e isso, de certa forma, influencia em como a sociedade nos recepciona como visitantes.
Alemanha
Berlim é outro destino muito diverso na Europa e é considerado um dos lugares mais queer do mundo. A população de Berlim tem uma postura bem liberal sobre como cada pessoa vive sua vida. Inclusive, a cidade tem bairros que possuem uma boa quantidade de opções de bares, baladas e estabelecimentos para o público LGBTQIAPN+.
Espanha
Na Espanha eu destaco principalmente a capital Madri por ser uma cidade muito moderna socialmente. A Parada Gay desse destino é uma das maiores e mais importantes da Europa, tem muita vida noturna para a comunidade e é um lugar que tem lutado para garantir ainda mais espaço e direitos para esse grupo, principalmente depois da reforma que a Comunidade Autônoma de Madri sofreu, revogando vários avanços para a população LGBTQIAPN+.
Canadá
O Canadá é um país que tem uma grande população de imigrantes. E, normalmente, países que recebem influência de outros povos tendem a ser mais abertos à diversidade. Toronto, em especial, é uma das cidades com maior e melhor receptividade para pessoas LGBTQIAPN+ na América, concentrando a maior comunidade do Canadá.
Tailândia
Um país que é muito aberto ao diferente. Eu digo que eu demorei para visitar a Tailândia e deveria ter ido antes. É um destino que, em geral, abraça os turistas sem julgamentos. Inclusive, agora em junho, eles estão em processo de aprovação da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isso vai fazer deles o primeiro território do sudeste asiático a ter essa conquista.
Israel
Não é tão comum a gente ver um país com forte vínculo religioso ser inclusivo para pessoas LGBTQIAPN+, mas Israel é um destino que aceita bem a comunidade, pois dentro do judaísmo há uma luta pela quebra de tabus. Apesar de casamentos entre pessoas do mesmo sexo não serem celebrados dentro do país, eles reconhecem uniões realizadas em outros territórios e, com isso, dão direitos e respeito aos casais homoafetivos.
Destinos menos inclusivos
Coreia do Norte
Eu costumo dizer que este é o único país que eu já conheci que eu não voltaria a visitar. Praticamente tudo é restrito na vida das pessoas e você não tem nenhuma liberdade para defender um ponto de vista que seja fora do padrão determinado pelo governo. Nenhuma pauta social pode ser discutida lá e isso inclui a diversidade sexual e de gênero. Na Coreia do Norte tudo é tão proibido, que é como se a comunidade LGBTQIAPN+ não existisse.
Oman
Oman é um país seguro para turistas, no entanto, a homoafetividade é ilegal. Ainda que exista um certo movimento em prol da comunidade, eles são um dos países que usam a Lei Islâmica na sua legislação, isso é: a interpretação religiosa é base para julgamentos e decisões legais. Então, pessoas LGBTQIAPN+ precisam omitir totalmente sobre elas para evitar problemas.
Qatar
Apesar de muito rico e moderno, o Qatar é um país islâmico conservador. Eles possuem punições legais bastante rígidas para pessoas do mesmo sexo que se relacionam. Este é outro entre os países muçulmanos que rege suas regras com base na interpretação dos seus escritos religiosos e isso faz com que as opiniões deles sejam superiores às dos visitantes.
Rússia
A tensão política da Rússia já é um motivo para evitar o turismo nesse momento. Mas, além disso, a Suprema Corte do país adicionou em 2024 o movimento LGBTQIAPN+ na lista de ações extremistas e terroristas. Aliás, na última década, eles têm vivido um retrocesso bem grande sobre as leis que garantem direitos à essa comunidade.
Belarus
O Belarus é um destino em que a luta pela diversidade está engatinhando. No país, ser LGBTQIAPN+ é um tabu enorme e a sociedade ainda tem uma forte postura conservadora, de rejeição e preconceito. O governo se posiciona diretamente contra a comunidade e isso faz as pessoas se esconderem para serem elas mesmas.
Lucas Estevam é conhecido nas redes sociais como @EstevamPeloMundo. Na bagagem ele carrega 12 anos como viajante profissional, além de ser especialista em milhas. O tempo no turismo lhe rendeu visitas a 84 países (e contando!) e conteúdo de primeira linha para ajudar na próxima viagem dos leitores.
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