Baseado em suas experiências de vida, por ser da comunidade LGBTQIA+ e ter crescido em meio à busca por aceitação dentro de uma sociedade preconceituosa, além de sua carreira como diplomata o impedir de se firmar em um só lugar, o vice-cônsul João Filipe da Mata escreveu o romance “Filho da Mãe”, sobre a dualidade de um jovem gay brasileiro pelo mundo afora que ao mesmo tempo em que vive em cidades incríveis sente não pertencer a lugar algum.
Diplomata de trinta e poucos anos morando no exterior, João Paulo retorna ao Brasil para o funeral da antiga babá, Zila. O protagonista logo inicia um romance com um skatista em Brasília, mas depois parte rumo a uma viagem de descobertas pelo interior de Minas Gerais na companhia de Zilo, filho órfão da cuidadora. É então que ele resgata lembranças antigas sobre a relação distante com a mãe e a proximidade com Zila.
No Brasil, não é incomum ver crianças de classe alta que são mais próximas da empregada doméstica do que da mãe. Em alguns casos, a babá vira uma segunda mãe, é ela que cuida dos filhos da patroa
João Filipe da Mata, autor de Filho da Mãe
O nome do livro atenua um palavrão popular ao mesmo tempo que faz referência a uma dúvida do protagonista sobre quem é sua verdadeira mãe. Ao fazer esse paralelo, a obra traz uma linguagem contemporânea e aborda a incessante busca humana por se compreender no mundo. A trama se relaciona com todas as pessoas que já viveram ou têm vontade de experimentar a vida no exterior, e também leva representatividade para a comunidade LGBTQIAP+, que pode se identificar com as felicidades e angústias de viver a sua verdade e sexualidade.
O autor João Filipe da Mata é representante de uma das primeiras gerações nascidas em Brasília. Graduado em Direito, já morou em países como Eslovênia, Itália, Emirados Árabes e China, onde trabalhou em embaixadas e consulados brasileiros. É servidor público do Ministério das Relações Exteriores e atualmente vive em Sydney, na Austrália.
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