Mais que questões estéticas e moda, a lingerie para mulheres trans é uma questão de saúde pública. O método rudimentar adotado para para esconder o órgão genital traz uma série de complicações, desde assaduras, bolhas, dores e ferimentos, até problemas renais.
Seja por incômodo, disforia de gênero ou para se proteger da violência no país que mais mata trans do mundo, “aquendar” (puxar os órgão genital para trás, entre as nádegas) é uma prática utilizada pela população trans feminina para se proteger de olhares discriminatórios e da intolerância.
Normalmente isso é feito de forma rústica, com a utilização de colas, fitas adesivas e barbantes. Esse hábito pode causar assaduras, bolhas, dores e ferimentos. Outro problema é a impossibilidade do uso regular do banheiro, já que desfazer a aquendação é, além de extremamente dolorido, demorado e trabalhoso. O resultado é o hábito de ingerir menos água na tentativa de diminuir a frequência do uso do banheiro, o que pode gerar problemas renais como infecções, pedra nos rins, necessidade de hemodiálise e, em casos mais severos, à morte.
“Eu me aquendava com fita crepe. Eu não conseguia ir ao banheiro, evitava ao máximo beber água. Era cansativo, me machucava, chegava a assar, a dar alergia. Mas eu não tinha escolha”, relata a modelo Melina Queiroz antes de conhecer a lingerie para mulheres trans.
O urologista Marcelo Magalhães explica que esse hábito é uma das principais causas para os problemas urinários. “Beber pouco líquido para não ir tanto ao banheiro e segurar a urina por muito tempo podem levar a infecções urinárias e formação de cálculos urinários”, exemplifica.
Ao se deparar com essa realidade, motivada pela perda de uma amiga nessas condições, a técnica em hemoterapia Silvana Bento criou uma calcinha em forma de funil. Com um design extremamente confortável, fácil de colocar e tirar, a lingerie para mulheres trans traz a segurança e o conforto necessários para o dia a dia. A marca Trucss quer agora ganhar escala para baratear o produto, garantindo acesso a um número maior de mulheres trans.
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