A Ligay se consolida no meio esportivo LGBTQIA+ e segue por todo o Brasil mostrando a importância do esporte como instrumento social. Além de abrir as portas para atletas LGBT, a Ligay se tornou um ambiente de acolhimento para pessoas socialmente reprimidas. Conversamos com o Renan Evaldt, presidente da Ligay que antecipou o calendário de eventos previstos para 2023, o investimento no vôlei trans e a participação em encontros como o COB EXPO e o Brazil Pride Games.
A pandemia nos obrigou ao isolamento, e três anos depois, como é o status da Champions Ligay? Está maior? Há novidades?
Com o isolamento da pandemia, aproveitamos o tempo para nos organizarmos melhor, essa parada nas atividades foi um momento de repensar nossa trajetória e projetar nosso futuro. Hoje a Ligay está mais estruturada, fechamos uma parceria com uma agencia de marketing esportivo que está comercializando a marca Ligay, e nos preparando para voos maiores.
A Ligay cresceu, entramos na pandemia com 38 equipes no futebol, e hoje estamos com 52, com perspectivas de crescermos ainda mais. Criamos o núcleo trans, com equipes de futebol trans, criamos o núcleo de vôlei. Realizamos a primeira ligay de volei com 8 equipes e estamos nos preparando para realizar a segunda Ligay de volei em São Paulo em setembro.
Entre as novidades temos o núcleo trans, a Ligay de vôlei e a expansão para o norte e nordeste do Brasil, onde não tínhamos representação. Estamos abrindo a região neste ano de 2023 com os campeonatos regionais, já realizamos em Fortaleza a etapa nordeste em maio e em 5 de agosto faremos a norte em Belém.
O calendário da Champions começou no sul do país. Como a agenda deve seguir daqui para frente?
Nosso calendário está bem corrido, começamos com a etapa sul no mês de março em Porto Alegre, sudeste em abril em São Paulo, nordeste em maio em Fortaleza, etapa centro-oeste em junho em Goiânia, agosto etapa norte em Belém, e para setembro está prevista a 2ª Ligay de vôlei. No calendário há ainda uma participação da Ligay na COB EXPO e a grande final do nacional de futebol no mês de novembro.
Qual o maior desafio de realizar a Champions Ligay?
Realizar um evento da Ligay nunca é uma tarefa fácil. Desde a primeira edição, primamos pela qualidade do evento e a responsabilidade para com nossos atletas e público. Há todo um desafio de logística para hospedagem dos atletas e a realização dos jogos, o que acaba movimentando a cidade. Realizamos as etapas regionais que são classificatórias para a grande final em novembro, quando o desafio é maior ainda, pois são 30 equipes e aproximadamente 800 atletas, o que exige uma logística e estrutura ainda maiores. São pelo menos 8 meses de planejamento e preparação da organização local e das equipes. O maior desafio é encontrar recursos para fazer o evento e trazer os atletas até a cidade sede.
E qual a principal contribuição da Champions para a comunidade?
A Ligay é um movimento politico apartidário de inclusão de pessoas LGBT no esporte. Todas as equipes que se filiam a Ligay têm por obrigação estatutária realizar trabalhos sociais em suas comunidades de origem, como arrecadação de alimentos, voluntariado, arrecadação de agasalhos e tudo aquilo que puder ajudar a comunidade local. Mas nosso trabalho social vai muito além, já que as pessoas filiadas à Ligay socializam, fazem amigos e muitas vezes os dias de treinos são refúgio para outros problemas mais graves.
A Ligay tem previsão de novos eventos esportivos para 2023?
Temos uma agenda cheia para este ano e para o próximo. Praticamente todos os meses do de 2023 há um evento em alguma parte do Brasil, seja um campeonato, um apoio da Ligay, uma roda de conversa. Alguns governos têm nos procurado solicitando parcerias para desenvolvermos atividades colaborativas dando suporte e orientação. Em 2024 teremos as regionais nos primeiros seis meses do ano, em setembro o vôlei, em outubro a final do Nacional de futebol e em novembro o Brazil Pride Games.
Leia mais aqui: https://plataforma.sporti.com.br/ligay/ ou https://www.instagram.com/ligaybr/
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