Uma prática cada vez mais comum entre pessoas que querem emagrecer, mas envolta em muita polêmica. Afinal, o jejum intermitente funciona? Procuramos um especialistas para explicar mais a respeito dessa estratégia para perda de peso que tem defensores ferrenhos, mas ainda gera muita dúvida sobre efeitos colaterais e o real efeito.
Igor Barcelos, endocrinologista e metabologista especializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, já ressalta que o primeiro ponto de controvérsia são os diferentes modelos de jejum intermitente. “Há jejum tempo restrito, modelo com jejum total, alternância entre dias livres com dieta de 500kcal, entre outros”, ressalta o especialista.
Mas todos os modelos apostam no aumento do gasto energético por conta da diminuição acentuada de insulina (cetogênese). “É sabido que entre as refeições (e sem alimentos) os níveis de insulina diminuem e as células de gordura liberam o açúcar armazenado para ser usado como energia. A ideia do jejum intermitente então é promover que esses níveis de insulina diminuam o suficiente e por tempo o bastante para queimarmos mais gordura”, explica Igor. Contudo ele ressalta que apesar de existirem vários estudos promissores usando a estratégia de jejum intermitente em ratos obesos, pesquisas em humanos não demonstram superioridade a qualquer outro tipo de dieta.
Em resumo, se uma pessoa decide realizar o procedimento, o que leva ao emagrecimento é muito mais a restrição calórica e isso pode ser alcançado de maneira saudável com uma dieta indicada por especialista. Mas Igor ressalta que o jejum intermitente pode ser usado tendo consciência do que está sendo feito: “Se, mesmo assim, o jejum intermitente faz sentido para você, ele pode ser uma modalidade a ser aplicada no seu caso, mas lembrando que o mais importante é o quanto você consegue manter uma restrição calórica por longo prazo”.
Feito de forma combinada com uma dieta e estilo de vida saudáveis, o jejum intermitente funciona para a perda de peso, especialmente para pessoas em risco de diabetes. Mas lembra que não deve ser feito por pacientes já diabéticos e em fase de tratamento, indivíduos com histórico de distúrbios alimentares e mulheres grávidas ou que amamentam.
What do you think?