Durante a apresentação do relatório sobre o Projeto de Lei do Casamento Homoafetivo na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a relatora da PL, Erika Hilton (PSOL-SP) respondeu aos ataques de deputados bolsonaristas que pediram vistas, impedindo a votação na mesma data.
O deputado começou dizendo: Na minha opinião Deus fez o homem e a mulher. A opinião do deputado não importa. Ninguém liga pra opinião do deputado.
Erika ainda lamentou que os opositores, a que ironicamente chamou de “valentões” se ausentaram no momento de sua fala e completou: “O Parlamento não deve ser conduzido pela opinião ou pela moral das pessoas. O Parlamento deve ser conduzido pelas necessidades populares, pela Constituição e pelo interesse do povo”.
Ela ainda lembrou que os mesmos usam como argumento para defender o armamento a “liberdade individual”, mas querem invadir a mesma liberdade de pessoas que querem decidir com quem elas querem casar. “O nível da hipocrisia é tamanha que aí, pra defender armamento invoca-se o discurso da liberdade individual. Mas para defender o direito constitucional ao casamento aí dane-se a liberdade individual”, analisou a deputada.
Na sequência Hilton discursou sobre a fala de um pastor contrário ao projeto de lei: “Fez uma fala aqui parecendo um lobo em pele de ovelha: ‘Esta comissão tem atropelado o debate público’. O nível de cinismo, hipocrisia e maldade desta gente para atropelar direitos de uma comunidade que eles odeiam”. E reiterou a fala de outra deputada, Erika Kokay. “Fazer as falas que ele recorrentemente faz dentro dessa comissão o coloca sim no lugar de uma pessoa homofóbica”, finalizou.
Confira abaixo a fala completa de Erika Hilton:
No post nas redes sociais a deputada prometeu que tão logo acabe o prazo de vistas colocará seu relatório para votação e “fará de tudo para que seja aprovado”. “Seguiremos defendendo nossos direitos, seguiremos defendendo a democracia, seguiremos defendendo a vida”, disse em sua fala na comissão.
Em entrevista à Veja Rio, Erika Hilton falou da importância da aprovação do PL, mesmo com o casamento homoafetivo sendo assegurado pelo judiciário: “Hoje nós temos uma garantia assegurada pelo STF que pode ser reavaliada a depender da configuração do próprio Suprem ou revogada por legislações contrárias produzidas pelo Congresso”.
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