Certamente Jodie Grinham é uma das pessoas mais felizes em Paris. O motivo de tamanha felicidade é duplo, porque ela se tornou ontem (01/09) a primeira atleta grávida a se tornar medalhista paralímpica. O bronze no tiro com arco veio aos sete meses de gravidez e a participação na disputa foi cercada de cuidados caso o nascimento acontecesse durante os Jogos Paralímpicos.
Ela chamou logo a atenção da imprensa internacional ao exibir o barrigão durante as disputas no Hôtel National des Invalides. Mas a britânica queria mais do que só competir grávida: “Eu queria mostrar que não estou aqui para participar grávida. Estou aqui para competir e ganhar medalhas”. Dito e feito, ela venceu três disputas acirradas e sofreu apenas uma derrota a caminho do pódio (na semifinal). Depois do revés enfrentou a compatriota Phoebe Paterson Pine na disputa pelo terceiro lugar e ganhou com apertados 142 a 141.
Quem vê o resultado final não imagina a logística que a atleta teve que fazer para não desistir de disputar a competição. Apesar de já ter um filho, teve três abortos espontâneos e em março deste ano foi internada com meningite bacteriana. Tudo isso, somado ao fato do primeiro parto ter acontecido quando estava com 28 semanas, mesmo tempo da gravidez atual, fez com que ela planejasse detalhadamente tudo caso o próximo filho resolvesse nascer durante Paris 2024.
Ela mapeou maternidades e hospitais de Paris e se informou a respeito dos procedimentos para registro de um recém-nascido na França. Ela também teve que adaptar o material que usa para competir. O cinto onde guardar as flechas foi alargado para ficar mais abaixo da barriga.
Jodie porém não foi a única grávida a competir na capital francesa. Durante os Jogos Olímpicos realizado em agosto, a a esgrimista Nada Hafez (Egito) revelou que estava grávida de sete meses depois de ser eliminada na oitavas de final do sabre individual. Também no tiro com arco, Yaylagul Ramazanova (Azerbaijão) chegou às Olimpíadas grávida de 6 meses e meio.
What do you think?